Saídas #17.03.2007
BORBETOMAGUS: MusicBox, 17.03.2007
Nem todos sabiam o que poderia sair dali, mas havia, mesmo assim, doses óptimas de expectativa e receptividade no ar. O noise que vem da génese de Borbetomagus desde 1979 parece ainda fazer os estragos necessários para arrepiar quem os ouve. Excepção para Donald Miller, com efeitos em guitarra, que sempre pareceu cumprir os mínimos perante a impressionante parede sonora dos dois saxofonistas. Ruído potente e nunca inconsequente.
LOOSERS: MusicBox, 17.03.2007
Por acaso, o último concerto dos Loosers em Lisboa foi há seis meses atrás. Mas poderia ter sido na semana passada e o passo em frente teria sido o mesmo. Mutação permanente, mas sempre com energia explosiva em palco. Três temas: o primeiro com os três músicos em mantra percussivo tribal (sem grandes objectivos, mas sempre hipnótico e vibrante); o segundo com formação rock tradicional (baixo em convulsão e solo de guitarra by the book); o terceiro, mais motorik, com Tiago a processar a sua voz para além do perceptível. Só isto, meia-hora, tudo no sítio certo: perfeito.
BIRDS OF DELAY: Zé dos Bois, 10.03.2007
Em tempo de descompressão da riqueza de Curia, os Birds Of Delay foram presa fácil para a monotonia. Processamento arrastado no tempo, em convulsão elíptica, mostrou demasiadas memórias de 80 e lições de NY70 para atrair a atenção. Agradável, e suspeito que há mais para além do que ouvi.
CURIA: Zé dos Bois, 10.03.2007
A estreia de Curia ao vivo - Manuel Mota e Margarida Garcia em guitarras, Afonso Simões em bateria e David Maranha em hammond - parecia trazer anos de ensaios. A união elegante das guitarras foi algo quase transcendental de se ver e ouvir. Intensidade sem que o volume fizesse parte da equação; determinismo sem se negligenciar o espírito free. O concerto do ano falhou o Olimpo por 10-15 minutos de overtime. Foi pena, mas este foi apenas o primeiro.
SPEKTRUM: MusicBox, 24.02.2007
Sala cheia em devoção à banda pfunk que melhor transporta ao vivo toda a sua energia de estúdio (o inverso do habitual, é verdade). Factos logísticos: muita gente, muito quente, muito mau som e palco demasiado baixo, obrigando o público a olhar para a projecção das filmagens do Alex Radio Macau. Demasiados obstáculos não deram para aderir a quase nada. No final a procura de espaço e ar puro empurrou-me para casa.
ISAN: Zé dos Bois, 24.02.2007
Dupla quase histórica - atendendo à longevidade da electrónica - da Morr e do digital pastoral. Funcionou sempre melhor quando a ausência de ritmo forçou uma boa assistência a imaginar o resto. Com batidas meio Boards On Canada em slow motion e meio trip-hop a coisa empastou. Desisti e desci a Rua até ao MusicBox.
VITOR JOAQUIM & LAETITIA: Zé dos Bois, 24.02.2007
Vítor Joaquim continua a tentar esticar o legado electrónico laptop para além do seu prazo de validade. Continua a ter momentos de inspirada sensibilidade, mas alguns erros (vozes gravadas continuam a ser uma facada nas minhas costas) e efeitos já vistos tornam tudo mais difícil de digerir. Laetitia em imagens (laptop também) iluminou o som, mas nem sempre com eficácia.
2 Comentários:
rever spektrum assim, leva-nos a repensar o hype que parece cada vez mais longínquo. nota também para a ausência não anunciada do mentor e a aparente apatia da banda em palco. de volta para casa, tempo perdido e discos arrumados na prateleira.
ME mandei uma mail paro o link de info que está ao lado não sei se foi recebido.
abraço
joao pedro
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