major eléctrico


terça-feira, março 27, 2007
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PODCAST 010: Ming 03

Link directo aqui, alinhamento deste episódio aqui em baixo:

> Boris Midney «D-D-D-Dance (instr.)» 1983
> Armando Ferrante Jr. «Me And... My Super Friends» (excerpto) 1978
> A Split-Second «The Heat (Legs Akimbo)» 1988
> Traxx «Venecreator» 198?
> Nichol Bayets «Space Dust» 19??
> Landscape «Japan» 1979
> Dept. Of Sunshine «Rude Boys»* 1984
> Suzi Quatro «Skin Tight Skin» 1973
> Macho «Cose There's Music In The Air»* 1978
> Ozo «Night Of The Black Mamba» 197?
> Marta Acuna «Dance, Dance, Dance» 1977
> Wayne Ford «Dance To The Beat Freakout»* 1979
> Cerrone «Experience» 1978

* edits: ME

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quarta-feira, março 14, 2007
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Saídas #17.03.2007

BORBETOMAGUS: MusicBox, 17.03.2007
Nem todos sabiam o que poderia sair dali, mas havia, mesmo assim, doses óptimas de expectativa e receptividade no ar. O noise que vem da génese de Borbetomagus desde 1979 parece ainda fazer os estragos necessários para arrepiar quem os ouve. Excepção para Donald Miller, com efeitos em guitarra, que sempre pareceu cumprir os mínimos perante a impressionante parede sonora dos dois saxofonistas. Ruído potente e nunca inconsequente.
LOOSERS: MusicBox, 17.03.2007
Por acaso, o último concerto dos Loosers em Lisboa foi há seis meses atrás. Mas poderia ter sido na semana passada e o passo em frente teria sido o mesmo. Mutação permanente, mas sempre com energia explosiva em palco. Três temas: o primeiro com os três músicos em mantra percussivo tribal (sem grandes objectivos, mas sempre hipnótico e vibrante); o segundo com formação rock tradicional (baixo em convulsão e solo de guitarra by the book); o terceiro, mais motorik, com Tiago a processar a sua voz para além do perceptível. Só isto, meia-hora, tudo no sítio certo: perfeito.
BIRDS OF DELAY: Zé dos Bois, 10.03.2007
Em tempo de descompressão da riqueza de Curia, os Birds Of Delay foram presa fácil para a monotonia. Processamento arrastado no tempo, em convulsão elíptica, mostrou demasiadas memórias de 80 e lições de NY70 para atrair a atenção. Agradável, e suspeito que há mais para além do que ouvi.
CURIA: Zé dos Bois, 10.03.2007
A estreia de Curia ao vivo - Manuel Mota e Margarida Garcia em guitarras, Afonso Simões em bateria e David Maranha em hammond - parecia trazer anos de ensaios. A união elegante das guitarras foi algo quase transcendental de se ver e ouvir. Intensidade sem que o volume fizesse parte da equação; determinismo sem se negligenciar o espírito free. O concerto do ano falhou o Olimpo por 10-15 minutos de overtime. Foi pena, mas este foi apenas o primeiro.
SPEKTRUM: MusicBox, 24.02.2007
Sala cheia em devoção à banda pfunk que melhor transporta ao vivo toda a sua energia de estúdio (o inverso do habitual, é verdade). Factos logísticos: muita gente, muito quente, muito mau som e palco demasiado baixo, obrigando o público a olhar para a projecção das filmagens do Alex Radio Macau. Demasiados obstáculos não deram para aderir a quase nada. No final a procura de espaço e ar puro empurrou-me para casa.
ISAN: Zé dos Bois, 24.02.2007
Dupla quase histórica - atendendo à longevidade da electrónica - da Morr e do digital pastoral. Funcionou sempre melhor quando a ausência de ritmo forçou uma boa assistência a imaginar o resto. Com batidas meio Boards On Canada em slow motion e meio trip-hop a coisa empastou. Desisti e desci a Rua até ao MusicBox.
VITOR JOAQUIM & LAETITIA: Zé dos Bois, 24.02.2007
Vítor Joaquim continua a tentar esticar o legado electrónico laptop para além do seu prazo de validade. Continua a ter momentos de inspirada sensibilidade, mas alguns erros (vozes gravadas continuam a ser uma facada nas minhas costas) e efeitos já vistos tornam tudo mais difícil de digerir. Laetitia em imagens (laptop também) iluminou o som, mas nem sempre com eficácia.

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Compras 13.03.2007: Reedições

Asha Puthli «Asha Puthli» LP CBS 1974
Primeiro álbum a solo de Asha, cantora de origem indiana caída no jazz nos EUA e com uma singular voz soul. Originais de outros compositores, neste álbum, com destaque para os dois de J.J. Cale, «Lies» e o incrível «Right Down Here» (recentemente reeditado em single pela Jazzman). Groove sublime. No registo quase oposto de balada quente, Asha Puthli espalha mel, aqui melhor exemplificado em «Neither One Of Us Wants To Be The First To Say Goodbye» (Jim Weatherly) e no seu original «Truth».
Wayne Ford «Dance To The Beat Freakout» 12" Queen Constance 1979
Freakout é a palavra-chave num lado inteiro de vinil impossivelmente groovy que chega aos 14 minutos. Espaço quase total para moog, bateria e baixo, a voz é mantida no mínimo, ainda que não soe minimamente deslocada. Genial. Produção de Peter Brown fora da P&P. Lado B em modo balada soul, simples e directo, totalmente ofuscado pelo brilho no lado A.
Marta Acuna «Dance, Dance, Dance» 12" P&P 1977
A P&P tem merecido atenção, em anos recentes, com apoio de nomes grandes como Kenny Dope e Danny Krivit, e foi numa das compilações dedicadas à editora que esta faixa disparou luminosa para fora e eclipsou tudo o resto. A produção cheia de Patrick Adams obriga a um efeito na voz que realça a extrema melancolia do seu tom. No livro limitado de Major Eléctrico, uma das melhores canções Disco de sempre. Tristeza, romance e bola de espelhos. Versões curta e longa, esta com partes instrumentais extra.
ManFriday feat. Larry Levan «Real Love» 12" King Street 2007 (data da reedição)
A data original é incerta, mas aponta-se para o final da década de 80. Consta que este foi o último single em que Larry Levan trabalhou antes de desaparecer em 1992. «Real Love» já é House de pleno direito, o passo a seguir ao Disco. O maxi tem o selo West End (Mel Cheren é o produtor executivo), a voz que se ouve é de Larry Levan, o tema é Amor, e é um perfeito exemplo do som de Chicago mais em sync com o Garage em Nova Iorque. Versões curta e longa para uma canção House soberba.

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quarta-feira, março 07, 2007
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Ming (10): Lux 09.03.2007

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Entrevista: Prins Thomas


Prins Thomas com Lindstrom num sonho azul

Falámos com 'Prins' Thomas Hermansen em Janeiro de 2007 para a newsletter do Lux. Obrigado ao Lux.

Quando foi a última vez que tocaste fora da Noruega?
Já passou quase semana e meia, parecem férias.
Foi na Europa?
Sim, eu toco principalmente na Europa. Toco no Japão duas vezes por ano e de vez em quando vou à América. Sou um homem de família, por isso não posso estar fora durante muito tempo.
Já és DJ há bastantes anos. Notaste em algum ponto um crescer de interesse pelos teus sets?
Depois de editar a minha música. Não me lembro exactamente quando editei pela primeira vez, mas foi há uns quatro anos.
Então achas que editar discos é essencial para um DJ ter sucesso?
Costumava pensar que se fosses um bom DJ conseguirias tocar as vezes que quisesses, mas muitas vezes, quando um clube contrata um DJ, está a pagar um nome, uma marca. Por isso, pelo menos para os clubes, é importante contratarem alguém que seja famoso por alguma coisa, como vender muitos discos. Infelizmente são quase sempre produtores. Acontece muitas vezes os produtores serem contratados como DJs e não serem grande coisa, mas no entanto são contratados porque são conhecidos. A competição é cerrada, mas ao mesmo tempo nunca me diverti tanto! Ser DJ e fazer música sempre foram hobbies para mim, e costumava tocar em bandas, por isso fazer os discos e tocá-los são coisas semelhantes para mim, uma inspira-se na outra.
No teu caso pessoal, achas que já te tomaram por outra coisa?
Acho que no início, às vezes. Uma coisa é a música que faço, isso não é necessariamente o ingrediente principal do meu estilo como DJ.
Como descreverias o teu estilo?
Tenho a mente aberta, mas a base é sempre Disco ou House. Não sou apenas um DJ retro, gosto de misturar coisas novas. Já passei demasiado tempo obcecado por música antiga e nos últimos dois anos tem aparecido imensa música electrónica que me entusiasma. Acho que os DJs mais interessantes são os que misturam géneros. Aborrece-me sair e ouvir um DJ de minimal tocar minimal a noite toda, a mesma coisa com um DJ de Disco. Para mim, usando uma frase estúpida, tem tudo a ver com "levar as pessoas numa viagem". Detesto dizer isso mas é a essência da coisa. As pessoas deveriam receber algo do que esperam e algumas coisas que não esperam, e cabe ao DJ tornar essa noite mais excitante do que a última vez que essas pessoas saíram.
Mas agora acontece frequentemente os DJs começarem logo a abrir...
Bom, acho que isso acontece principalmente porque os clubes programam demasiados DJs e eles só tocam uma ou duas horas. Acho isso estúpido, e no meu contrato até está que no mínimo toco duas horas. E mesmo quando toco essas duas horas sinto-me limitado, não posso tocar tudo e tenho de me concentrar na essência. É óptimo quando vou ao Japão porque eles dizem-me "toca o tempo que quiseres". Começas aí às 10 ou 11 da noite e podes tocar doze horas, se quiseres, e as pessoas estão mesmo dispostas a isso, é do tipo "toca o que te apetecer, nós estamos preparados".
Isso significa bagagem extra para o Japão...
Sim, bom, significa que tens de ser esperto a fazer as malas. Não podes levar discos inúteis. E depois, claro, tens a versão europeia: muitas vezes as pessoas vêm por um estilo, não um DJ específico, ou quando é por um DJ específico é porque é conhecido por um único estilo. Mas também acho que se fores um DJ de minimal não precisas de muitos discos porque eles são todos parecidos (risos).
Utilizas muitas ferramentas, discos que funcionam mas dos quais não gostas especialmente?
Sim, montes! Isso é um dos segredos de que as pessoas se esquecem, isto é, muitas pessoas passam apenas discos grandes. É como gritar, se fizeres sempe isso depois não se nota quando estás realmente a tentar dizer alguma coisa. Se tocares só discos grandes ficam a parecer todos pequenos. Por isso, se eu quero que as pessoas reparem num disco que eu sei que é difícil, toco alguma coisa ainda mais difícil imediatamente antes. Assim, para elas, o que estou a passar agora soará sempre melhor do que o disco anterior.
Sendo, como disseste, um homem de família, ainda te manténs a par da realidade dos clubes enquanto cliente?
Tento sempre que posso, mas geralmente acontece quando eu próprio estou a tocar, fico a ouvir quem toca antes de mim, ou vou depois a alguma festa a seguir... Tento ir a lojas de discos à procura de coisas novas. Não compro assim tanta coisa, mas gosto de me sentir inspirado, até as coisas minimais me inspiram. Não toco muitos desses discos, mas alguns são realmente bons. Mas falando de clubes, não há nenhum estilo em particular que me faça sair à noite de propósito, é mais do género: se tenho uma noite livre e posso sair de casa vou a algum sítio onde a vibração parece boa e, com sorte, a música também é boa.
Também disseste que tocaste em bandas. Eras o compositor principal em alguma delas?
Não diria que fui a principal força motriz em todas as bandas em que toquei. Começaram por me pedir para tocar baixo numa banda e tudo evoluiu a partir daí. Quis começar a minha própria banda, onde tocava baixo e escrevia as canções, depois no projecto seguinte comecei a tocar guitarra, depois fui vocalista e escrevia toda a música. Entre 1992 e 94 deixei de ser DJ, vendi a maioria dos meus discos de música electrónica, estava mesmo interessado em tocar música ao vivo. Quando recomecei como DJ, por volta de 94, apercebi-me da maior liberdade que sentia, em vez de tentar convencer outras pessoas a fazer música à minha maneira. Depressa deixei de tocar em bandas, estava farto de ter uma boa ideia, ou o que parecia uma boa ideia, e todos os outros também terem ideias, mas eu não queria executar as ideias deles, apenas as minhas.. Agora com o Lindstrom é mais democrático. Ambos alimentamos os nossos egos na nossa própria música, mas quando trabalhamos em conjunto é como voltar a ter uma banda, com a diferença de que estamos ambos mais velhos e sábios. Para ter uma boa relação de trabalho com alguém tem de se fazer à vontade ao outro, de vez em quando (risos).
Então, de cada vez que nos vossos discos se ouve um baixo, é tocado por ti.
Sim, não trabalhámos com outros músicos. Em alguns casos samplámos umas partes de bateria, mas em 99% do tempo fomos nós que tocámos tudo.
Por isso é que deve ser difícil vocês darem concertos...
Pois, não é possível... Quer dizer, nem pensámos nisso enquanto gravávamos. A maior parte da música foi retrabalhada e editada, por isso nem tudo é ao vivo, porque obviamente não somos assim tão bons músicos. O disco é uma mistura de sons programados e instrumentos ao vivo. Como não pensámos em fazer concertos, começávamos um tema com afinações estranhas nas guitarras, gravava-se um pouco aqui, um pouco aqui, depois se calhar tirávamos uma dessas partes de guitarra para outro tema... Mesmo assim demos um concerto em Oslo, no Verão passado. Foi complicadíssimo aprender a tocar os temas porque as afinações nas guitarras estão sempre a mudar, há imensas camadas, em alguns temas há umas dez pistas de guitarra em cima umas das outras... Por isso tocámos uma versão muito simples do álbum e, por acaso, até correu bastante bem!
Talvez porque tenha sido em Oslo e não tiveram grandes problemas logísticos.
A Noruega ainda é território praticamente virgem, para nós, não somos assim muito conhecidos aqui. De repente, depois do hype noutros países, a imprensa norueguesa também começou a escrever sobre nós. Ainda somos muito pequenos aqui, mas aquele festival ofereceu-nos imenso dinheiro e a tentação foi grande, até porque não tinhamos que viajar com o resto de uma banda (risos).
Há uma data de coisas incríveis a serem feitas na Noruega, hoje em dia. Fala-nos um pouco sobre o que achas que há de bom e de mau em fazer música e viver aí.
Não acho que existam desvantagens, para nós, mas para muitas bandas a desvantagem é que estão demasiado afastadas de qualquer cena, a indústria não está aqui. As razões de existência de muitas bandas são a fama e fortuna, mas para isso, em 90% dos casos, tens de jogar o jogo da indústria. As bandas aqui não aprendem isso porque aqui não há indústria. Então aprendem no duro, tentando moldar-se em algo vendável em vez de pensarem na sua música ou no que realmente querem. Perdem as modas porque não há modas aqui, tentam colar-se a uma moda mas não se apercebem das mudanças. Mas eu, pessoalmente, gosto de estar aqui precisamente por isso. Não há indústria, é sossegado, é mais fácil concretizar as nossas ideias quando não se está numa metrópole musical. Acho que é bom observar o que acontece noutras cidades e faço isso sempre que viajo. Notam-se bem as diferenças entre tocar em Itália, Berlim, Tóquio ou Londres. As modas aí estão sempre a mudar. Olho sempre para elas, têm sempre algo de inspirador, mas isso não significa que as siga. É mais entusiasmante ver todas as cenas novas e depois voltar e sentir a inspiração de ter visto e ouvido coisas diferentes e agora estar no meio do nada... Não tenho amigos a virem bater-me à porta a uma quinta-feira a dizer "embora aí ouvir o Ricardo Villalobos" (risos).
Apesar de todo o trabalho que tens com a tua música e com remisturas para música de outros, ainda tens tempo para fazer re-edits?
Sim! Na verdade há muitos anos que não tinha tanto tempo para fazer música como agora. Deixei o meu emprego há cerca de meio ano, isto agora é o meu único trabalho. Faço música das 9 às 5... bom, é mais das 10 às 3. Durante a semana trabalho no estúdio, viajo dois ou três fins-de-semana por mês, e o resto do tempo passo-o com a minha família. Mas faço sempre edits para uso pessoal nos meus sets como DJ.
Li que começaste a investigar a tua própria colecção em vez de procurares discos fora dela.
É verdade, levei alguns milhares de discos para o estúdio que divido com o Lindstrom. Temos duas salas grandes e numa delas estão todos os meus discos, sem ordem nenhuma, mas de cada vez que estou no estúdio olho para eles e tento pegar em alguma coisa que já não oiça há bastante tempo. É muito compensador.
É frequente pegares em discos de que dantes não gostavas nada?
O som está sempre a mudar. Há seis ou sete anos tocava imensa música dos 80s, Italo Disco e isso, e soava bem forte comparada com música nova. Mas de repente isso mudou porque chegou o Electroclash, que começou a dominar os clubes, e montes de música pop comercial começou a olhar para os 80s como inspiração. Então de repente tudo soava a anos 80 e as coisas dos anos 80 deixaram de soar tão distintas. A mesma coisa com montes de discos de Disco, coisas que eu pensava que soavam mesmo camp e disparatadas, agora soam incríveis. É típico das pessoas que se movem na cena de clubes, quando começam a procurar Disco, começarem pelas coisas mais dubby, com mais pinta, montes de percussão, e quando se fica mais velho começa-se à procura das faixas com cordas fantásticas. Gosto mesmo de Disco melódico, com secções de cordas e metais, tudo aquilo que dantes não me interessava porque achava muito piroso ou isso.
O que é que não gostas de ouvir na música?
Bom... Não sou grande fã do novo Electro-House cheio de compressão. Há sempre imitadores quando alguém tem sucesso com música nova e incrível. O «Rej» de Âme, por exemplo, para mim é um tema de clube incrível, mas depois inspira centenas de outros a tentar reproduzi-lo. Então agora há para aí cinco discos novos todas as semanas que parecem o «Rej». Em geral não gosto de pessoas que copiam coisas de forma demasiado óbvia, quer dizer, é bom sentir inspiração e todos os bons músicos e produtores roubam boas ideias para fazerem algo de novo com elas, mas quando é mal feito acho que é muito desinspirador.
Do teu ponto de vista actual, algum período preferido na música?
De momento interessa-me muito ouvir música nova, tudo, desde folk até ao último maxi de minimal, estou constantemente à procura de coisas que ainda não tenha ouvido, que soem frescas aos meus ouvidos, mas ao mesmo tempo há sempre alturas em que só oiço... Posso ter, por exemplo, um período Pink Floyd, em que oiço intensamente tudo o que eles fizeram, desde o início até aos discos mais recentes. Passei as minhas fases Black Sabbath, Deep Purple e Jimi Hendrix. Agora cada vez mais editoras me mandam mp3 directamente, por isso posso estar sentado em frente ao computador e de repente ter quarenta músicas novas que posso ouvir enquanto limpo o chão ou lavo a loiça...
Ouves música em casa. Algumas pessoas precisam de desligar...
Bom, quase nunca oiço os meus discos em casa, nunca pratico os meus sets, nada disso, gosto de ouvir música mais passivamente, quando estou em casa, pôr alguma coisa a tocar e nem pensar bem no que é, só ter isso em fundo. Muitas vezes assim consegues distinguir os temas bons dos maus. Se estiver numa loja a ouvir discos novos, parecem-me todos iguais, não disponho da atenção nem do tempo para ouvir um disco inteiro. Depois sou capaz de escolher os cinco discos que me pareceram especiais. Mas quando consigo ouvir música em casa deixo uma faixa em repeat durante meia-hora e de repente "bolas, o que é isto? Já ouvi isto, é incrível!"

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