major eléctrico


sábado, maio 19, 2007
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Compras 18.05.2007: House

Renegade Soundwave «Women Respond To Bass» 12" Mute 1992
A voz pode soar posh e desnecessariamente sexy para quem não vibrava com Anne Pigalle e outras divas pop vanguardistas dos 80s. O sotaque marcadamente francês é todo justificado por uma frase que Pascale Feuillee canta, por acaso mesmo em francês: "La basse physique". É aí que as defesas baixam. Dub house!
Cabaret Voltaire «Keep On» 12" EMI 1990
A viragem house de CV parecia lógica na mesma época em que Richard H Kirk (1/2 CV) gravava como Sweet Exorcist e inaugurava a cena bleep da Warp. «Keep On» é produzido por Mark Brydon (mais tarde dos Moloko) e Robert Gordon (Forgemasters e tantas outras coisas, incluindo a fundação da Warp). A voz de Stephen Mallinder sobe de tom, é mais melódica que nunca, e a melhor mistura aqui é a de Paul Oakenfold: house clássica, melódica, uplifting, sem excessos nem breaks em demasia.
Coldcut «Doctorin' The House» 12" Ahead Of Our Time 1988
Acid house batia forte em Inglaterra durante '88. Coldcut foram pioneiros, se bem que o seu coração estava no cut-up mais próximo do hip hop (Steinski ensinou). Linha de baixo inesquecível, voz de Yazz (lado B sem voz de Yazz) e, infelizmente para os dias de hoje, o excesso de samples bombardeadas ao longo de toda a faixa complica a utilização em pista. Clássico e querido, ainda assim.
Liz Torres «Queen B****» 12" Streetside 1989
Na verdade, são 5 versões de «Don't Let Love Pass You By», quase sempre vocais, 2 delas por Master C & J. O tom grave de Liz Torres, quando é notório (nem sempre é), torna instantaneamente a canção única e inimitável. Groove profundo, sexy e espiritual. A versão Deep Dub de Master C&J justifica tudo. Crosby e Jones raramente falhavam.
Psychick Warriors Ov Gaia «Exit 23 - Drum Club Remixes» 12" KK 1990
Três remisturas de Drum Club no auge do poder rave. Não fazem justiça ao real valor de PWOG, mas a terceira das remisturas quebra o 4/4 techno para o beat esporádico e uma ambiência que faz olhar de novo para a contracapa: "Ritual Dance Music". PWOG sempre foram mais conotados com techno, mas os seus heróis são house.
Panash «Jack 2 Jack» 12" Emissions Output 12" 1995
Numa das editoras de Andrew Weatherall na fase Sabres Of Paradise e recentemente reeditado por Tiga na Turbo (2004). Acid sujo e má onda mas com tudo para ser um clássico para quem ama Jack. Para além do tema-título, lado B com mais duas faixas dominadas por caixa-de-ritmos. Amor.




9 Comentários:

em 2:27 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

fartaste de compras coisas de 80's e 90's como se naqueles anos nao tivesses comprado nada!
porque é que na data a musica é uma merda para certos iluminados e passados anos já é boa?
afinal quem é que nao percebe nada disto, hein?

 
em 6:46 da tarde, Blogger Major Eléctrico disse...

Muita música boa. Um gajo cresce e passa a ter dinheiro para mais discos do que antes. Quem é iluminado?

 
em 12:23 da tarde, Blogger prozac disse...

A música não tem tempo! É preciso dinheiro para navegar nos anos conforme nos apetece e encontrar a nossa luz, com sorte conseguimos iluminar outros. É isso o melhor, se lhe chamam "iluminado" i don`t give a fuck!

 
em 11:55 da manhã, Blogger Shumway disse...

Mais um excelente conjunto de "compras", e desta vez conheço todos (excepto os Panash) :)
A fase mais house dos Cabaret Voltaire. Um clássico perfeito dos Coldcut. Os esquecidos Psychick Warriors Ov Gaia. E os grandes Renegade Soundwave, apesar de eu preferir outros temas como o "The Phantom".
Mais uma excelente divulgação de referências perdidas do passado.

 
em 1:11 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Será que o grande iluminado Paulo Lopes tem sugestões verdadeiramente arrasadoras??e será que passou incólume pelos anos 80 sempre comprando as coisas certas, ouvindo sempre a musica certa na altura em que era editada??Deixa-te de bazófias Paulo!

Muito obrigado ao Major por sugerir com alguma regularidade musica da década em que nasci e cuja música comecei a conhecer muito mais tarde!

 
em 3:33 da tarde, Blogger Major Eléctrico disse...

Sim... São pistas para quem sentir curiosidade, tal como nós apanhamos pistas de outros. Aqui nada é novo, é quase só reciclar informação e entusiasmo. Como já praticamente tudo foi feito em música, é muito mais entusiasmante procurar as manifestações originais/genuínas das coisas. E como tudo isto é pessoal, pronto, nem tudo é bom para todos. XX

 
em 2:18 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Há sempre tanta regra e protocolo sobre como ouvir, comprar e prezar música hoje em dia. Deve ser muito depressivo encontrar um disco especial (e pessoal) e não o comprar por qualquer razão teórica. Antes por falta de dinheiro. Axo que é isso, o primeiro comentário é todo amargura por não ter conseguido estes belos discos. ;)

 
em 7:51 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

dubwise. eu ao ver estas coisas é que concluo que afinal tinha comprado coisas que eram certas. mas na altura, todos diziam que eram más. pelos vistos, inclusive voces, pois tambem não as compraram. eu não era iluminado, pelo contrario era gozado. diziam que tinha mau gosto.
agora farto-me de rir ao ver-vos a comprar esses disco :-))))))

 
em 4:01 da tarde, Blogger Major Eléctrico disse...

Isso é giro, mas toda a gente que compra discos deve ter histórias dessas. Quantas outras coisas que compro te passam despercebidas também? E quantas mais que tu compras eu não conheço sequer? E quantos discos fora dos 80s ou 90s? A história completa deste post seria: Renegade Soundwave, Coldcut e PWOG já tinha em CD desde os 90s e apareceream-me agora novos a uma libra cada; Cabaret Voltaire «Keep On», em TEORIA, está fora do meu período preferido dos CV (83-87), mas como colecciono CV e este tb andava por aí novo a uma libra; Panash «Jack 2 Jack» conheci com a reedição do Tiga mas o Tiga não me faz comprar discos por isso esperei pelo original (mas conhecia Panash do «Spare Parts EP», que já tinha; Liz Torres acho que ouvi pela primeira vez na «Chicago Boogie» (Eskimo), depois vi um excerto ao vivo no DVD «Maestro», depois comprei o 2x12" da Trax (Master C & J + Liz Torres), gostei de tudo o suficiente para não hesitar muito quando vejo Master C & J na produção de um disco.
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Mas tudo isto é chato de ler e ocupa muito espaço num post.
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