major eléctrico


terça-feira, agosto 08, 2006
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Compras 07.08.2006

Le Pamplemousse «Planet Of Love» LP AVI 1979
Rinder & Lewis em modo mais convencional do que no álbum em nome próprio. A capa obviamente rollerskate + a extensa lista de contribuições instrumentais na contracapa denunciam o álbum como tipicamente Era Dourada Disco. 5 faixas que dificilmente fazem o crossover para quem apenas se interessa por Disco de passagem. Luxuoso, mas não fenomenal.
Celi Bee & The Buzzy Bunch s/t LP T.K. 1977
Celi Bee começou a carreira em Porto Rico com o marido Pepe Luis Soto, mas só em 77 entrou no patamar Disco. No entanto, este álbum de entrada garantiu logo atenção. «Superman» foi o single mais óbvio, apanhámos a referência numa playlist de Delia Gonzalez & Gavin Russom na Arthur, e quando os reis da música circular cósmica falam em Disco apetece muito prestar atenção. «Superman» é cool e cheia de cordas emotivas, mas é «Closer, Closer» que sobressai realmente no álbum: canção sexy que faz lembrar «Pillow Talk» de Sylvia Robinson, chega a todos, em todo o lado, sob todas as condições atmosféricas. Puro mel, como o boião entornado fotografado na capa.
Donna Summer «I Feel Love» 12" Casablanca 1982
5 anos depois do original, em pleno boom Hi-NRG, Patrick Cowley aparece com a sua remistura de 15 minutos. Pensei que iria ficar muitos anos à espera de uma cópia a preço decente, nem sequer pensava nisso, mas ei-la por menos de 10 euros (ou 9), em grande estado de conservação. É tudo um pouco mais perfeito, depois disto.
Serious Intention «You Don't Know» 12" Important 1985
Nova dica de Bumrocks, a meio tempo entre Electro Boogie e House. Original de 84, remisturas de 85, a voz faz lembrar por vezes o refrão rato Mickey de «Murphy's Law» (Cheri) mas aqui é uma combinação estranha de tons masculino e feminino. Beats mais ou menos genéricos, mas o tema funciona sempre que a voz entra apenas esporadicamente ou com eco, quando fica segura o tom é cheesy de uma forma que desvia um pouco de um gosto 100% sincero. Óptima ferramenta, no entanto!
Sisters Of Mercy «Anaconda» 7" Merciful Release 1983
Não há motivos muito seguros para comprar um disco de Sisters Of Mercy, mas uma descoberta casual indicou «Phantom», o lado B deste single. Soa algures entre Fields Of the Nephilim a imitar Ennio Morricone e os próprios Sisters em «Finland Red, Egypt White», tema break/electro incrível que Andrew Eldritch gravou sob o nome Sisterhood em 1986. «Finland Red, Egypt White» é austero e tem alguém com voz de comando a recitar especificações técnicas da AK-47. «Phantom», 3 anos antes, já usa um padrão de caixa-de-ritmos semelhante.
Cabaret Voltaire «Seconds Too Late» 7" Rough Trade 1981
Capa ainda no espírito do álbum «Mix-Up», de 79, apesar de este single pertencer à fase do álbum seguinte, «Voice Of America». Típico som CV, com a guitarra em intervenções curtas mas ácidas sobre beats Disco lentos e a voz to-tal-men-te transformada de Stephen Mallinder, como era tradicional nos primeiros anos do grupo. Sério, lixado e precioso.
The Human League «Dare» LP Virgin 1981
Nada absolutamente a dizer sobre a música, mas apenas sobra esta edição, desconhecida até agora, com a capa em formato gatefold, o que significa que a face é diferente da edição normal: em vez das fotografias dos 4 elementos principais de Human League, aparece ao centro apenas Phil Oakey e, partir daí, em cada uma das restantes faces da capa, os 3 outros elementos do grupo. Insert com as letras das canções, também. Ponto.
Lol Creme/Kevin Godley «Consequences» Caixa 3xLP Mercury/Phonogram 1977
Godley & Creme eram bem sucedidos como membros dos 10CC, e ao terceiro álbum em 1975 começavam a conquistar a América. No entanto, a dupla concebeu um aplicativo para guitarra a que chamaram Gizmo e, cada vez mais embrenhados no seu desenvolvimento, decidiram que queriam dedicar-se a ele a tempo inteiro e abandonaram os 10CC. O que começou por ser um projecto para um single acabou em triplo álbum conceptual sobre a revolta na Terra dos 4 elementos contra o Homem. Não conseguiram Peter Sellers nem Peter Ustinov para a narração da história, mas o projecto concluiu-se na mesma. Algures entre a fase «Bohemian Rhapsody» dos Queen e alguns momentos de Goblin, o disco exige atenção minuciosa à narração quase ópera rock. Musicalmente ambicioso mas quase sempre aborrecido, interessa se a história interessar, mas os pormenores da elaboração do disco são sumarentos! Para estes ouvidos, restam momentos cinemáticos brilhantes mas demasiado dispersos pelos 3 discos.