major eléctrico


terça-feira, julho 25, 2006
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Compras 21.07.2006 (Singles Pós-Punk)

A Certain Ratio «Knife Slits Water» 7" Factory 1982
Na falta da versão 12" a preço acessível, para já, é bem bom poder ter a versão single normal de uma das melhores faixas de ACR que parece inspirada no filme de Polanski (1962). A voz já está completamente fora da órbita Joy Division e tudo o resto funciona como um sonho perfeito de música, na verdade, fora de qualquer órbita. No lado B, «Tumba Rumba» lembra, no título, o gloom de outros tempos, mesmo que a música seja parte do grupo de canções ritmicamente mais brasileiras que ACR gravaram na sua carreira.
Allez Allez «African Queen» 7" Kamera 1982
«African Queen» foi uma das selecções de Richard Dorfmeister para o volume 2 de «I Like It» (Compost, 2005). Parece Antena + Anne Pigalle com «African Reggae» de Nina Hagen, cena centro-europeia atraída pelos trópicos, bom. «Allez Allez», no lado B, foi recentemente reeditada na Eskimo + remistura de Lindstrom & Prins Thomas. É uma canção em tom com a new wave tardia da época, meio banal, apesar de aqui ser incluída uma remistura e não o original.
Yellow Magic Orchestra «Theme From The Invaders» 7" A&M 1979
No mínimo invulgar o facto de a canção principal neste single ter apenas 22 segundos. «Theme From The Invaders» é «Computer Game» disfarçado e logo seguido de «Firecracker», um original de Martin Denny, uma das mais importantes influências na exotica de YMO. «Firecracker» faz funk completamente desviado com Denny e tecnologia da época do Skylab. «Technopolis», no lado B, parece-se mais com os YMO que influenciaram a Europa techno, e tem acção vocoder! Tão importante como a música, neste single, é a contra-capa com uma grelha de Space Invaders por cima de um sol amarelo.
Killing Joke «Empire Song» 7" E.G. 1982
Bem antes do estrelato com «Love Like Blood» (85), Killing Joke experimentavam com o lado negro do pós-punk, quase quase gótico. «Empire Song» já mostra a voz de Jaz Coleman e as guitarras como seriam nessa fase posterior. Mais punk do que pós, a canção é levada pelo tempo, nem a produção de Conny Plank a torna especial. É por «Brilliant», no lado B, que este single vale. Malha instrumental percussiva conduzida pelo baixo, com uivos sinistros pelo meio e, perto do final, martelo pneumático por baixo da música, uma espécie de sample de Neubauten.
Gang Of Four «At Home He's A Tourist/It's Her Factory» 7" EMI 1979
No auge do activismo político-social da banda, Gang Of Four recusaram-se a apresentar «At Home He's A Tourist» no Top Of The Pops porque a produção exigia que mudassem a linha "all the rubbers you hide in your top left pocket", referência a preservativos que se levavam para as discotecas na expectativa de encontros sexuais. A canção é das mais típicas do grupo, a guitarra cortada é acompanhada pela voz a declamar a letra quase sílaba a sílaba. Foi aqui que os Liars se inspiraram para muito do seu primeiro álbum. «It's Her Factory» acalma a pressão com melódica como se fosse Augustus Pablo.
Cabaret Voltaire «Extended Play» 7" Rough Trade 1978
Inacreditável arranjar o primeiro single de Cabaret Voltaire a menos de 2,50 euros, o terceiro número apenas do catálogo da Rough Trade. Valor! Alguns factos: «Do The Mussolini (Headkick)» inspirou o aparecimento dos Mussolini Headkick, uma banda industrial de terceira categoria que existiu no início da década de 90; «Here She Comes Now» é uma versão de uma canção dos Velvet Underground em «White Light White Heat». «Extended Play tem mais duas faixas exemplificativas dos CV do início: vozes desencorpadas sempre a parecerem transmissões alienígnas, abuso de eco («Talkover» é puro dub!), guitarra ácida mas à distância, ritmos primitivos mas que eram o futuro definitivo em 1978, quando os Throbbing Gristle dominavam o céu cinzento e Cabaret Voltaire seguiam perto, muito perto.
Siouxsie & The Banshees «Christine» 7" Polydor 1980
Em «Eve White Eve Black» percebe-se o estatuto de culto gótico de Siouxsie Sioux, mas só depois de a canção se descontrolar a meio. Até lá, a ambiência sepulcral soa mais intemporal e no ponto certo. A razão para o single é mesmo o lado A, «Christine», um dos hits inevitáveis da banda, delimitado pela bateria imensa e autoritária e a voz que, quando se ouve em tom menor com o acompanhamento do baixo, é de morrer.




3 Comentários:

em 11:47 da tarde, Blogger digga disse...

Belíssimas compras. Para quem não conhece fica aqui o link para um MP3 dos Allez Allez:
http://www.lovefingers.org/mp3/fingertrack129.mp3

 
em 3:08 da tarde, Blogger ___ disse...

Bom, mais motivos para escavar fundo. Entretanto, para a troca, vale a pena também ter atenção a www.bumrocks.com

 
em 2:57 da tarde, Blogger digga disse...

BUmrocks é oldschool!

 

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