major eléctrico


quinta-feira, junho 08, 2006
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New School (4)

Acumulação de várias semanas de material New School (mesmo que soe old school), tudo junto agora:

Add Noise «Loose Wire» 12" earsugar 2006
Versões AC e DC, techno com base eléctrica ultra-ultra reduzido, como as primeiras coisas de Jay Haze na Contexterrior mas sem os clicks, apenas electricidade. Pequenas nuances entre as duas versões, ambas óptimas.
Sleeparchive «Radio Transmission EP» 2x12" Sleeparchive 2006
Sleeparchive é techno para nerds, mas poucos discos do género têm soado tão ameaçadores e de ficção científica (Era Atómica). Graves, estática, nuvens de vapor, tudo transformado em ritmo e contra-ritmo. A piada poderá estar por um fio, no entanto, se não se notar mais personalidade, porque há partes fotocopiadas de Mika Vainio (Pan Sonic), das suas coisas feitas em 92/93 (oiçam «Aste», a última recolha dos arquivos de Vainio). Pode ter sido o concerto techno do ano (Op Art, 02.06.06) e tem mais nervo do que Louderbach (porque não fala), mas atenção ao prazo de validade, é só isso. Loops em locked-groove porreiros para usar (chamados «Sleep Cycles»).
The Dirty Criminals «Collision Between Us And The Damned» CD/2xLP Gigolo 2006
Traxx e Deecoy dirigem esta operação, às vezes com Jamal Moss e neste álbum com Tadd Mullinix. A intenção é não usar qualquer método de sampling, fazer tudo com material vintage ou, pelo menos, clássico (as Rolands todas) num estilo Jack que não seja apenas citação do passado. Resultado: 10 faixas de acid doente, à beira do industrial («Dias Cortas» aproveita o estilo vocal Liaisons Dangereuses), sempre cinzento e tenso, só para quem não resiste ao som analógico. Quem apenas consome digital pode sair agora.
Cotton «Oochie Coo» 12" Spectral 2006
Cotton é Tadd Mullinix, cada vez mais resoluto na sua cruzada analógica zero-sampling, mãos no material, e soa bem! 3 faixas meio acid meio jack, equilíbrio entre a cena doente e alguns bleeps Baby Ford vintage (o título do disco também é reveladoramente parecido com «Oochy Koochy» de BF) mais suaves, Verão do Amor 1988. Bom.
T.O.M. Project «Renaissance» 12" Sound Signature 2006
Há semanas para falar nisto, o encontro de sonho entre Omar-S, M. Pittman e Theo Parrish, 3 cabeças de Detroit. Um lado apenas, vinil amarelo escuro, com apenas um pouco de atenção consegue-se perceber o que cada um faz neste tema. Parrish parece fornecer os beats (pesados, sempre), Omar a ambiência escondida e Pittman o tweak ácido? São só suposições. A música desenvolve em marcha dramática, só dança quem tem a cabeça lixada, o que é óptimo para variar de todas as limpinhas.
Omar-S «(006)» MLP FXHE 2006
Sempre sem capas, Omar-S, e os rótulos dos discos têm sempre imagens fotocopiadas ou a preto-e-branco, neste caso de um jogo de luta (parece o antigo «Saboteur» no Spectrum ou Commodore). O EP mais longo de Omar até à data, 5 temas entre o beat narcótico de Theo Parrish e Polygon Window (Aphex), com melodia a aparecer em fundo, o que significa: auscultadores. Dificilmente se consegue disfrutar do segundo plano sem eles.
The Sun God «Scene 5» 12" Jack-FM 2006
Jamal Moss parece ter saltado o nº4 nesta série que até agora só tinha 7". A missão mantém-se: como Dirty Criminals, colectivo do qual faz parte ocasionalmente, aqui Moss só quer fazer jack, em 3 das 4 faixas mesmo difícil de ouvir, com a quantidade de contratempos que ele coloca à frente. Tons orquestrais (soam a dubstep acelerado) cortados por cima de beats sem nexo, mas depois a faixa que sobra liberta-se de tudo isso. Ritmo feito com campainhas, suave, brilhante e romântico. Melhor faixa de techno minimal em 2006?
Rhythm & Sound «See Mi Yah Remixes #4» 12" Burial Mix 2006
Nem sempre feliz, esta série de remisturas para R&S atinge o zénite com Carl Craig e Basic Channel (os próprios... R&S). CC faz uma coisa entre o que fez para Throbbing Gristle e para Soft Ballet, é totalmente ele próprio aqui, ninguém faz isto desta maneira. A evolução do tema é discreta, mas na altura em que ele decide colocar a voz ("There is no place to sleep, there is nothing to eat") a dinâmica muda por inteiro e passa a ser a voz a conduzir cada trecho seguinte. Brilhante. Basic Channel usam o velho artifício dub aplicado a techno. As batidas são mergulhadas em chuva de tv, cadência reggae, não muda quase nada, só muda o que acontece dentro dos limites que o ritmo impõe. Clássico, hipnótico, tão bom ou melhor do que o melhor de Maurizio.




2 Comentários:

em 12:51 da tarde, Blogger gopher disse...

Percebo o teu comentário em relação a Sleeparchive. Os próximos capítulos serão a chave disto tudo, agora que a base está (bem) feita e ele pode (e tem de) partir daqui para o mundo melhor que agora promete.

 
em 1:03 da manhã, Blogger ___ disse...

Espero que sim, espero que sim, tenho os discos todos, mas também tenho os discos todos do Mika Vainio e é impossível não comparar. Sleeparchive é dark and long mas o Mika tem ligação directa à electricidade, é a cena dele.

 

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