major eléctrico


segunda-feira, junho 25, 2007
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07/07/07



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sábado, junho 16, 2007
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Compras 09.06.2007: Blip + Charlie


O raid à Feira do Livro em 2007 produziu melhores resultados do que em anos anteriores. Numa caixa 50/50 com BD francófona e super-heróis americanos, algumas coisas escondidas fizeram ganhar o dia: Blip é o nome de uma revista publicada pela Marvel, dedicada a jogos video. Sairam apenas 7 números, de Fevereiro a Agosto de 1983. Em plena crise da indústria de jogos e consolas, a revista não teve argumentos. O formato e tipo de papel eram exactamente iguais às revistas Marvel habituais. Conteúdo praticamente irrelevante hoje em dia (nem sequer os screen shots têm boa qualidade), mas os três números encontrados estão como novos, as capas de Fevereiro e Maio valem sozinhas. Blip também é um bom nome.


Na mesma banca, dois números da versão mensal da Charlie, uma revista francesa de BD (nome inspirado em Charlie Brown) que existiu desde final da década de 60 até bem dentro dos anos 80. Ao folhear o nº 57 (Outubro de 1973), tornou-se óbvia a razão da compra: nas páginas centrais a cores, uma história de 11 páginas chamada «La Métamorphose Des Gkmloooms» eliminou as defesas! O único scan encontrado não faz justiça à reprodução francesa deste original de 1952 (desenhos de George Evans). Na Charlie, a história aparece com as cores completamente saturadas (um pouco como a Marvel brasileira da editora Bloch), o que imediatamente dá um tom psicadélico aos desenhos. No resto da revista, o papel e a impressão a preto-e-branco são superiores, e as capas pop da Charlie durante a década de 70 e parte de 80 são quase sempre irresistíveis.

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Saídas #16.06.2007

HANNE HUKKELBERG: Lux, 15.06.2007
Concerto fantástico: Hanne Hukkelberg e os seus quatro músicos conseguiram o impensavél ao transporem na perfeição todas as frágeis costuras sonoras das canções de "Little Things" e "Rykestrasse 68". Arranjos meticulosos, explosões de energia, sulcos de silêncio, máquinas de escrever e bicicletas em palco, e a voz de Hanne sempre em arrebatadora forma olímpica. Terminou com Kinks, o que não foi nem bom nem mau.
BEASTIE BOYS: Aula Magna, 11.06.2007
Segunda noite, agora em forma de Gala, supostamente instrumental e trajada a rigor. Claro que não foi: acabou por ser o perfeito espelho para o concerto anterior - melhor sala, melhor som e melhor público só podiam fabricar um ambiente quente que se foi electrizando à medida que o fim se aproximava. Acabou tudo em apoteose com os BB a cederem com simpatia e muito (e perfeito) humor ao entusiasmo do público e a assumirem a mais crua das suas formações com "3 MCs and 1 DJ". Não podia deixar de ser um fantástico concerto.
BEASTIE BOYS: Oeiras Alive, 10.06.2007
E finalmente puderam todos respirar de alívio: os BB já estavam vistos. Hora e meia de adrenalina hip hop que agitou o público e algum soft jazz que adormeceu o público. Muitos temeram o pior para a noite seguinte da Aula Magna, mas hoje não houve, verdadeiramente, razões de queixa: foi muito bom, apesar da falta de surpresas.
WHITE STRIPES: Oeiras Alive, 09.06.2007
Podem arrastar a imagem de super duo e não precisarem de mais ninguém ou de mais sons ou de mais músicos, mas para um palco tão gigantesco como o do Oeiras Alive os White Stripes eram demasiado cartoon deles próprios. A música, claro, acabou por ir atrás desse choque de escalas. Ao lado, nos ecrãs, as imagens era apenas a preto e branco - parecia que estavamos condenados a ver uma pálida versão do que esperávamos. Na televisão, em directo, percebemos mais tarde que o ecrã anulava a dimensão e tornava tudo mais - ironicamente - real.

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sábado, junho 09, 2007
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Carros

Não há automóveis incríveis desde o final dos anos 80? Mesmo as marcas clássicas têm vindo progressivamente a arredondar os seus modelos, esse é o principal defeito estético. O Ferrari 400 em «Electroma» (Daft Punk) provocou um acesso de nostalgia por automóveis que nunca tivemos e, na maioria dos casos, nunca vimos ao vivo. ME não tem automóvel e, se tivesse, dificilmente seria motivo de orgulho.


Ferrari 400 GTS 1976


Maserati Mexico 1969


Facel Vega II 1961


Lamborghini Espada 400 GT S1 1968


Lamborghini Jarama 1971


Sbarro Stash Pierre Cardin 1975


Ferrari 308 GT4 Bertone 1974


Peugeot 504 Coupé 1977


Lotus Esprit S2 1978


Maserati Kyalami 1982

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quinta-feira, junho 07, 2007
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Compras 06.06.2007

Hybrid Kids «D'Ya Think I'm Sexy?» 7" Cherry Red 1979
Morgan Fisher era dos Mott The Hoople nos 70s e, antes da década terminar, fazia a sua interpretação do punk com Hybrid Kids (nome também de uma compilação falsa em que todas as bandas eram na verdade Morgan Fisher e amigos). A canção de Rod Stewart é transformada com uma base electrónica freaky e vozes cheias de efeitos. Amor à primeira vista. Lado B «Catch A F-Falling Star» é também versão freaky deste standard, aqui em tom rockabilly punk e com o refrão gaguejado em vez de cantado. No final dos 70s, Morgan Fisher misturava-se com o circuito experimental britânico e Hybrid Kids acabam por estar perto em espírito (e por vezes em som) dos Flying Lizards, falso grupo pop com raízes nesse mesmo circuito.
Rema-Rema «Wheel In The Roses» 12" 4AD 1980
Mark Cox e Michael Allen fundaram depois os Wolfgang Press. Aqui estão os rudimentos: glam rock misturado com punk, gótico e, em «Instrumental», quase se jura que a batida, isolada do contexto, soa igual a Justice, Digitalism ou restos de electroclash. Denso, sofrido e, penso, só para fãs de WP ou coleccionadores 4AD.
Duet Emmo «Heart Of Hearts (Or So It Seems)» 12" Mute 1982
Duet Emmo eram dois Wire (Bruce Gilbert e Graham Lewis) + Daniel Miller, dono da Mute e autor de «Warm Leatherette» dos Normal. Ambos os lados do maxi são variações sobre a mesma estrutura, um dos lados é vocalizado e indica imediatamente a origem bem nos confins dos 80s: voz soturna e ao mesmo tempo épica, mas que serve perfeitamente os bleeps electrónicos da música. A surpresa foi perceber que os traços principais da melodia foram liberalmente aproveitados por Alan Wilder (Depeche Mode) no primeiro disco do seu projecto Recoil em 86. Não pode ser por acaso, Recoil também gravava para a Mute.
Cabaret Voltaire «Johnny Yesno» LP Doublevision 1983
Banda sonora gravada com a formação original de CV (ainda com Chris Watson), mais uma capa de Neville Brody e, outro trunfo, primeira edição no catálogo da Doublevision. Com excepção de «Taxi Music» (versões normal e dub), uma espécie de mantra electrónico com ritmo muito rápido, o resto do disco representa o lado mais sombrio de CV, com ambientes cinzentos a criarem clima de tensão.
SPK «Dekompositiones» 12" Normal 1983
SPK «Machine Age Voodoo» LP Warner 1984
«Dekompositiones» é virtualmente o fim dos velhos SPK: três temas tribais, épicos, escuros e críticos da sociedade contemporânea (SPK vintage, portanto) abrem caminho para o single «Metal Dance», do mesmo ano. Lembro-me do Álvaro Costa ter passado o video no «Videopolis» em 198?, um dos mais puros exemplos de Body Music jamais gravados. «Machine Age Voodoo» tem uma versão muito suave de «Metal Dance», inclui também o outro single da época, «Junk Funk», citação óbvia a «Good Times» dos Chic em «High Tension», boa pop-EBM em «Flesh & Steel», mas de resto demasiado gasto pela tentativa de infiltração no mainstream por parte de Graeme Revell. Ele viria a consegui-lo sozinho, no entanto: fui ver «Calma De Morte» porque a banda sonora tinha SPK. Mas façam Google com Graeme Revell e, logo no primeiro hit, reparem nas bandas sonoras que já compôs em Hollywood. «Machine Age Voodoo» representa também o flirt de algumas multinacionais com a cena industrial, quase sempre (ou mesmo sempre) falhado.

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