major eléctrico


sexta-feira, junho 30, 2006
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Compras 29.06.2006

Tyree «Tyree's Got A Brand new House» LP D.J. International 1988
Às vezes é bom ter a perspectiva do upgrade, e neste caso «Tyree's Got A Brand New House» é um passo para chegar ao maxi de «Acid Over», mais raro e mais caro. O original está aqui incluído, no entanto, um dos temas mais carismáticos da acid house meio período. O álbum vale, e muito, sobretudo por «Life», faixa discreta (nº3 no lado A), dramática, com Tyree a descrever a sua atitude - "artist of the new age, not new wave" - e a deixar-nos agarrados ao chão com a intensidade do ambiente. Génio. O resto do disco sofre da tentativa exacerbada de impôr a hip house, sofre com a colagem de um registo soul aos beats, algo que poucos fizeram realmente bem. Dica HdB.
Telex «Soul Waves» 7" RKM 1980
Single contemporâneo do álbum «Neurovision», com a mesma BD modernista na capa. Está longe do melhor de Telex, nem sequer no top 10, mas ainda assim é uma canção techno-pop sóbria (apesar do saxofone), salva pela voz de Michel Moers, distinta e quase sintetizada. Instrumental no lado B.
Asha Puthli «The Devil Is Loose» LP CBS 1976
Podem ler mais em Disco Museum, destaque precisamente para este seu terceiro álbum, considerado o melhor. Asha Puthli era indiana, cantou para Ornette Coleman em 1971 e a Columbia tentou fazer dela uma popstar. «The Devil Is Loose» é um álbum de soul luxuriante, conduzido pela voz seexy de Asha Puthli, mas tudo isso é excedido nas duas primeiras faixas do lado B: «Say Yes» é uma canção romântica impossível de contornar, com cordas que tocam o Céu e destroçam o coração; «Space Talk» foi um clássico do Loft (aparece no nº12 da série de obscuras reedições) e é uma faixa Disco lenta incrível. Duas canções essenciais para quem gosta de projectar a alma no Espaço, como o holofote Batman no céu. Reedição fiel ao original.
Will Powers «Kissing With Confidence» 12" Island 1983
Lyyn Goldsmith era fotógrafa, especializada em música (vejam aqui). Sabendo disso, faz sentido a capa repleta de fotografias de pessoas a beijarem-se. «Kissing With Confidence» é uma espécie de manifesto a favor da arte do beijo que, se não for muito bom, pode comprometer seriamente um segundo encontro com a pessoa desejada: "Unless you can kiss with confidence, all your fancy dressing, dancing and talking won't get you a second date". Dito num estilo narrado igual ao que Goldsmith fez em «Adventures In Success», o texto progride sobre fundo disco-pop não essencial. No entanto, se escolhermos o instrumental no lado B com pitch a -8, a música ganha outra intensidade, especialmente a partir do meio com ambiência acrescentada no estilo de «Welcome Aboard». Os créditos de composição da faixa incluem Todd Rundgren, Nile Rodgers e Steve Winwood.
Mascara «Baja» 12" Oh My! 1984
A linha de baixo parece directamente levantada de «Can You Move» de Modern Romance (1981), o que não invalida o groove incrível de «Baja», também com inclinação latina. O resumo: rapaz vê rapariga, mete conversa, ela não facilita, sempre na pista de dança. Entre rap (ele) e, claro, sex talk (ela, em espanhol), as vozes criam a história que a música acompanha na perfeição. Versão longa com remistura de 'Jellybean' Benitez + instrumental + ruff mix.
Knights Of The Turntables «Techno Scratch» 12" JDC 1984
B-boying puro, breaks contorcionistas, scratch pré-Double Dee & Steinski, beatbox seca e linha de baixo gorda, infalível para quem faz breakdance e, de resto, para quem gosta de electrónica a soar a ela mesma, sem imitações de instrumentos. Vozes entram e saem na mistura (scratch), versões 'techno beats', 'techno scratch' e 'short stuff'. Reedição fiel ao original.
Space «Just Blue» LP Vogue/Arnaldo Trindade 1978
Depois de provado que Space eram pouco mais do que um conceito (apesar do óptimo «Magic Fly»), percebo claramente que agora só atraem as capas. «Just Blue» (título também do seu outro grande hit) é disco a metro, com algum protagonismo electrónico, mas a capa em gatefold é a grande estrela: nave espacial a cruzar o oceano em direcção à estação subaquática, sci fi vintage anos 70, estilizado para parecer um quadro realista. Lá dentro, a fotografia de Joe Hammer, para além do nome parecido com Jan Hammer, revela que é igual a Holger Czukay.

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terça-feira, junho 20, 2006
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Sr. Ming (3): Lux 22.06.2006


Sr. Ming é o nome das sessões com ME + Dexter + 2m.
Algumas palavras:
espaço
drogas
visões
mecânica vintage
tensão
quebras
música

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domingo, junho 18, 2006
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PODCAST 002: Sentimental Bar Music 01

Primeira de três mixtapes gravadas para serem ouvidas no bar da galeria ZDB antes, durante e depois do concerto dos Pan Sonic em 27.05.2006. O barulho habitual não permitiu que se ouvisse grande coisa. Link directo aqui, alinhamento em baixo:

> Gil Scott Heron & Brian Jackson «A Lovely Day» 1975
> Sly & The Family Stone «Time» 1971
> Isaac Hayes «Bumpy's Lament» 1971
> Elvis Presley «Don't» 1957
> Susana And The Magical Orchestra «Jolene» 2004
> ? «Tears From The Compound Eye» 2005
> Liars «The Other Side Of Mt. Heart Attack» 2006
> Shrimp Boat «Anna E» 2004
> Damien Jurado «Northbound» 2005
> Smog «Drinking At The Dam» 2005
> Danny Elfman «Charlie Declines» 2005
> Deaf Center «Eloy» 2005
> The Flamingos «I Only Have Eyes For You» 1959
> Scott Walker «Angels Of Ashes» 1969
> Microstoria «Microlab: Endless Summer (Stereolab Remix)» 1997
> Matmos «Public Sex For Boyd McDonald» (Edit) 2006
> The Gentle People «Journey» 1995
> John Carpenter «Julies Dead» 1976

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quinta-feira, junho 15, 2006
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PODCAST 001: Acid House UK 1988-89

O segundo Verão do Amor aconteceu em Inglaterra em 1988. Haçienda no norte, Shoom e Spectrum em Londres funcionaram como locais sagrados de um movimento originado pelos bleeps de Chicago mas que, em 88 e 89, já subsistia bem com produção britânica. O eixo Moody Boyz (ex-400 Blows)/Psychic TV produzia alguma da House mais subversiva e explicitamente divulgadora das drogas que posibilitavam expansão da consciência, mas o tom geral já era naturalmente esse (ver títulos abaixo). Este é o primeiro numa série de podcasts gravados por ME. Tirem prazer e divulguem, se acharem que vale a pena. Link directo aqui, alinhamento deste episódio aqui em baixo:

> Click «Acid Deluxe» 1988
> New Chapter «Acid Generation» 1988
> L.E. Bass «Acid Bitch» 1988
> Nobody Uninc «Only Human» 1988
> Danielle Dax «Cold Sweat» 1989
> M.E.S.H. «Meet Every Situation Head On (Jackmaster Tab Mix)» 1988
> Brandon Cooke feat. Roxanne Shante «Sharp As A Knife (Acid Attack)» 1988
> Charm «Phantastic Voyage (Techno Mix)» 1989
> The Dynamic Gov'nors «Bonus Acid Breather (Obscene Phone Caller Mix)» 1988
> Adrenalin M.O.D. «Ecstasy (Wherever You May Be)» 1988
> 2-B-3 & Tony Johnson «Peace» 1988

(ME agradece o interesse, entusiasmo e ajuda técnica de Bruno Branco)

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segunda-feira, junho 12, 2006
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Marvel Comics (2): Bloch!



A história resumida da Marvel Comics no Brasil pode ser lida aqui. Para abreviar mais, a editora Bloch pegou na Marvel em 75 e operou uma revolução nunca feita antes nem depois. Da arte já suficientemente Pop que eram os quadradinhos de super-heróis, a Bloch fez Ultra Pop e, com excepção das cores dos fatos dos heróis, alterou as cores de praticamente todos os enquadramentos: o mesmo cenário era vermelho num quadradinho, roxo no seguinte, azul no terceiro... Em nenhum outro título parecia este tratamento tão Certo como no Poderoso Thor, repleto de cenários alienígenas, deuses e criaturas estranhas. No entanto, um crítico diz "As cores da Bloch são horríveis, tão fortes que dificultam a visualização do desenho".
A propósito da adaptação brasileira pela Bloch, em 1978, da BD com a história do primeiro «Star Wars»:
"No Brasil, foi usada a capa da edição #1 produzida por Rick Hoberg para a coletânea em dois volumes editada pela Marvel UK. Contudo, a versão nacional foi muito corrompida. A adição do título em português: Guerra nas Estrelas num tamanho muito maior que o discreto e bem localizado Star Wars da original cortou o sabre de luz.
Além disso, a Bloch mudou as cores, adicionou uma imagem com os robôs C3PO e R2D2, mutilando parte do cenário original, substituiu a frase: the greatest space-fantasy of all por Uma odisséia no espaço...; retirou a tarja que informava se tratar da quadrinização de um filme de George Lucas, para colocar a informação "100 páginas em cores ultra-galácticas.
Verdade seja dita, a edição da Bloch não favorece a análise do desenho, nem da habilidade do artista. As cores constituem o grande ponto negativo. Afinal, como era costume, a editora fez a maior lambança, alterando os tons conforme sua conveniência. Entre outros absurdos, sem o menor pudor, pintou Darth Vader de rosa e amarelo!"
Incrível. Para além dos originais guardados desde finais de 70s, ME iniciou busca por outros títulos da Marvel/Bloch. Dicas são bem-vindas. Para além de ME, outros acham estas cores irresistíveis:
"Aliás as cores que a editora Bloch usava na colorização de suas revistas são conhecidas por serem "berrantes" mas são um toque clássico que hoje em dia dão charme para edições dessa editora."

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domingo, junho 11, 2006
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Música na Twilight Zone: Victor Sol


Lars Muller tirou o seu nome artístico do grupo que integrou durante algum tempo: Sieg Über Die Sonne, significando Victória Sobre O Sol. Com interesse profundo em música electrónica alemã dos 70s, trabalhou com base num conjunto de sons reminiscentes dos músicos que admirava mas, em última análise, totalmente seus. Sol esteve especialmente activo durante o meio da década de 90, também quando o seu trabalho era mais consistente. Com ligações à editora Fax de Pete Namlook, foi parte de um núcleo de inovadores que reduziram as fronteiras entre música académica/'séria' e techno. As produções de Victor Sol soavam rudes, eram épicos de ficção científica old school mesmo quando duravam menos de 3 minutos. Num concerto no Sónar (1996?), com Alex Martin, Sol estava no centro de um círculo de sintetizadores como se conduzisse uma cerimónia. Com Martin tinha um projecto chamado Earcloud, mas trabalhou também com Angela Jaeger, Charles Gate, Atom Heart (em +N), Nico Heyduck (em Aerial Service Area), Dandy Jack (XJacks) e outros. Editou discos regularmente até ao final dos 90s mas depois as informações são muito vagas. Pode ou não ter-se mudado de Barcelona para Nova Iorque. A música que ouvimos inspira sonhos psicadélicos e faz apetecer mergulhar para sempre na época em que o Ambient dominava a Terra. ME tem na colecção:

+N «Ex.S» CD Geometrik 1993
Earcloud «Chlorophile Fumes» CD Hypnotism 1994
+N «Plane» CD Fax 1994
Earcloud «Sypohicriatic Mundo» MC Self 1995
XJacks «Solid Pressure» CD Fax 1995
Solphax «Globaline» CD Fax 1995
+N «Built» CD Rather Interesting 1996
XJacks «Double Xposure» CD April 1997

pouco mais aqui.

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ME: A Coisa (ZDB, 27.05.2006)


ME passou música antes dos concertos de Zbigniew Karkowski e Pan Sonic. Os títulos foram:

Anar Band «Anar Band» 1977
Aphex Twin «Selected Ambient Works II» 1994
Coil «How To Destroy Angels» 1984
Ennio Morricone «The Thing OST»* 1991
The Hafler Trio «Intoutof» 1988
Hazard «Wood/Bridge/Field» 2000
If, Bwana «Wah Yu Wan» 1990
Illusion Of Safety/Holeist LP 1989
Ramleh «Never Say When» 1987
The Sophist «Subliminal Control» 1987

* alterado por ME

+ info

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quinta-feira, junho 08, 2006
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New School (4)

Acumulação de várias semanas de material New School (mesmo que soe old school), tudo junto agora:

Add Noise «Loose Wire» 12" earsugar 2006
Versões AC e DC, techno com base eléctrica ultra-ultra reduzido, como as primeiras coisas de Jay Haze na Contexterrior mas sem os clicks, apenas electricidade. Pequenas nuances entre as duas versões, ambas óptimas.
Sleeparchive «Radio Transmission EP» 2x12" Sleeparchive 2006
Sleeparchive é techno para nerds, mas poucos discos do género têm soado tão ameaçadores e de ficção científica (Era Atómica). Graves, estática, nuvens de vapor, tudo transformado em ritmo e contra-ritmo. A piada poderá estar por um fio, no entanto, se não se notar mais personalidade, porque há partes fotocopiadas de Mika Vainio (Pan Sonic), das suas coisas feitas em 92/93 (oiçam «Aste», a última recolha dos arquivos de Vainio). Pode ter sido o concerto techno do ano (Op Art, 02.06.06) e tem mais nervo do que Louderbach (porque não fala), mas atenção ao prazo de validade, é só isso. Loops em locked-groove porreiros para usar (chamados «Sleep Cycles»).
The Dirty Criminals «Collision Between Us And The Damned» CD/2xLP Gigolo 2006
Traxx e Deecoy dirigem esta operação, às vezes com Jamal Moss e neste álbum com Tadd Mullinix. A intenção é não usar qualquer método de sampling, fazer tudo com material vintage ou, pelo menos, clássico (as Rolands todas) num estilo Jack que não seja apenas citação do passado. Resultado: 10 faixas de acid doente, à beira do industrial («Dias Cortas» aproveita o estilo vocal Liaisons Dangereuses), sempre cinzento e tenso, só para quem não resiste ao som analógico. Quem apenas consome digital pode sair agora.
Cotton «Oochie Coo» 12" Spectral 2006
Cotton é Tadd Mullinix, cada vez mais resoluto na sua cruzada analógica zero-sampling, mãos no material, e soa bem! 3 faixas meio acid meio jack, equilíbrio entre a cena doente e alguns bleeps Baby Ford vintage (o título do disco também é reveladoramente parecido com «Oochy Koochy» de BF) mais suaves, Verão do Amor 1988. Bom.
T.O.M. Project «Renaissance» 12" Sound Signature 2006
Há semanas para falar nisto, o encontro de sonho entre Omar-S, M. Pittman e Theo Parrish, 3 cabeças de Detroit. Um lado apenas, vinil amarelo escuro, com apenas um pouco de atenção consegue-se perceber o que cada um faz neste tema. Parrish parece fornecer os beats (pesados, sempre), Omar a ambiência escondida e Pittman o tweak ácido? São só suposições. A música desenvolve em marcha dramática, só dança quem tem a cabeça lixada, o que é óptimo para variar de todas as limpinhas.
Omar-S «(006)» MLP FXHE 2006
Sempre sem capas, Omar-S, e os rótulos dos discos têm sempre imagens fotocopiadas ou a preto-e-branco, neste caso de um jogo de luta (parece o antigo «Saboteur» no Spectrum ou Commodore). O EP mais longo de Omar até à data, 5 temas entre o beat narcótico de Theo Parrish e Polygon Window (Aphex), com melodia a aparecer em fundo, o que significa: auscultadores. Dificilmente se consegue disfrutar do segundo plano sem eles.
The Sun God «Scene 5» 12" Jack-FM 2006
Jamal Moss parece ter saltado o nº4 nesta série que até agora só tinha 7". A missão mantém-se: como Dirty Criminals, colectivo do qual faz parte ocasionalmente, aqui Moss só quer fazer jack, em 3 das 4 faixas mesmo difícil de ouvir, com a quantidade de contratempos que ele coloca à frente. Tons orquestrais (soam a dubstep acelerado) cortados por cima de beats sem nexo, mas depois a faixa que sobra liberta-se de tudo isso. Ritmo feito com campainhas, suave, brilhante e romântico. Melhor faixa de techno minimal em 2006?
Rhythm & Sound «See Mi Yah Remixes #4» 12" Burial Mix 2006
Nem sempre feliz, esta série de remisturas para R&S atinge o zénite com Carl Craig e Basic Channel (os próprios... R&S). CC faz uma coisa entre o que fez para Throbbing Gristle e para Soft Ballet, é totalmente ele próprio aqui, ninguém faz isto desta maneira. A evolução do tema é discreta, mas na altura em que ele decide colocar a voz ("There is no place to sleep, there is nothing to eat") a dinâmica muda por inteiro e passa a ser a voz a conduzir cada trecho seguinte. Brilhante. Basic Channel usam o velho artifício dub aplicado a techno. As batidas são mergulhadas em chuva de tv, cadência reggae, não muda quase nada, só muda o que acontece dentro dos limites que o ritmo impõe. Clássico, hipnótico, tão bom ou melhor do que o melhor de Maurizio.

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Compras 05.06.2006

Mother (F) «Hot Wax/Welcome Aboard» 12" BMC 1982
«Hot Wax» é Disco com todas as letras: cordas e metais em proeminência dispensam a voz para fazerem um épico de médio interesse; o lado B, no entanto, é o instrumental de «Welcome Aboard», um número midtempo com ambieência matinal, um toque apenas de electro-pop e tudo o resto de ilha no Mediterrâneo. Incrível. Não faz falta SÓ até ser ouvido, mas se vão procurar, procurem primeiro a versão vocal.
JKD Band «Dragon Power» LP Satril/Gira 1981
Quase nada de verdadeiro interesse aqui, um ou outro break (nunca suficientemente longos para valerem por si) e uma aproximação porreira a «Kung Fu Fighting» de Carl Douglas em «Mellow Terrain». O disco é um tributo a Bruce Lee, a capa é o próprio a pairar por cima do mar numa pintura kitsch que o Pedro Tenreiro descreveu tão bem que quando o disco me apareceu à frente soube imediatamente o que era. Para além do mais, tem o valor afectivo de conter o primeiro re-edit que ele editou como Dancin' Days para a Noid, em 2000.
Steve Bender «The Final Thing» 7" Decca 1977
A produção é de Pete Belotte, que trabalhou com Giorgio Moroder em quase todos os seus hits («I Feel Love» e «From Here To Eternity», por ex). Bender foi um one hit wonder na cena Disco precisamente com «The Final Thing» (existe uma versão 12" com o instrumental), uma canção downtempo sexy na linha de «Don't Turn It Off» de Hot Chocolate. O seu fascínio por Rock passa bem na vocalização e é isso que torna a canção especial.
The Flying Lizards «Dizzy Miss Lizzie» 7" Statik 1984
Período tardio dos Flying Lizards, o grupo de brincadeira séria de David Cunningham. Este single aparece em «Top Ten», álbum de versões, como aliás era normal no grupo. Versão com voz monocórdica, como também era normal, afastando a emotividade da pop e transformando-a em objecto de arte revertendo lucros para o cérebro e não para o coração. Mas isso de alguma forma era bom, embora «Dizzie Miss Lizzie» não esteja sequer entre as minhas 5 favoritas de Flying Lizards. Lado B instrumental com percussão metálica mais notória e tudo mais schizo, também.
Logic System «Domino Dance» 7" picture disc EMI 1982
Pop electrónica produzida no Japão em 82 não parece novidade mas tem sempre um contexto super apelativo. Logic System, soube HOJE, foram usados por Harvey na «Sarcastic Mix» mas não é nenhuma destas faixas senão teria gritado ouro. «Domino Dance» não é bem a pop que se espera, está na direcção de «Popcorn» de Gershon Kingsley mas consegue não ser extravagante. No lado B, «Be Yourself» é puro cocktail lounge, nem sequer soa electrónico, parece mais algo que Pizzicato Five fariam num domingo à tarde.
MC Hammer «U Can't Touch This» 7" Capitol 1990
Sem comentários. Instrumental no lado B, mais liberdade para aquela linha de baixo.
Imagination «Music And Lights» 12" Red Bus/Gira 1982
Imagination nunca eram nada de especial, mas quase sempre ficava uma faísca de qualquer coisa. Provavelmente as primeiras celebridades com que ME se cruzou na rua, casualmente (Londres, 1983, todos os 3 Imagination; a segunda celebridade: Björk, Londres outra vez, 2000). «Music And Lights» usa o mesmo padrão de «Just An Illusion», como tudo o que tem relevo nos Imagination. Beat muito lento, sexy, ok, mas apenas para puxar quando não se tem «Just An Illusion» à mão. Vocal e instrumental.
Rinder & Lewis «Seven Deadly Sins» LP AVI 1977
Em algumas partes custa a acreditar que é uma coisa de 77. «Lust» é puro génio Disco, «Envy/Animal Fire» é provocação pop (que cliché horroroso, mas passa),beat mais rápido mas tudo se aproveita. Quanto a «Anger», o AL assegura que foi daí que Carl Craig apareceu com o primeiro Tres Demented! Mesmo com um par de faixas apenas médias, «Seven Deadly Sins» fez primeiro o que muitos seguiram depois. Esta é uma reedição e aprimeira vez que prestei atenção foi cortesia HdB.

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